Pat Perry |
Esta peleja surgiu faz tempo e deu primeiro neste desafio de tradução que Lavínia me fez e depois no desafio que lhe retribuí com o meu ínfimo onde numa tacada só ela já se saiu com nada menos do que 3 versões (bem melhor do que eu com o texto dela, diga-se de passagem). Esta é uma peleja que não tem vencimento, só há ganhos poéticos neste jogo de línguas, porque "alguns versos nascem das entrelinhas de uma língua e outra".
Lavínia Saad escreve no Palavrogramas e no Brazilian Poetry in Translation onde foi primeiramente postado este embate em seus 3 primeiros rounds; o 4º posto primeiro aqui.
I. (L.S.)
From the mouths of babes
Out of the mottled nightsky
Into the paper-grain
Words want to be born.
Over the steaming forest
Tales demand their telling.
Snippets of songs - and beats -
Bubble up through the sea-foam:
pop! pop!
On the flatscreen dots
Dance impatiently their
Pixillated minuets. All await.
What do they say?
Hear me out! Spill me forth.
Words want to be born. And
It's just impossible
Not to write.
II. (f.f.)
Bem
das bocas dos bebês
Fora
do nouticéu matizado
Dentro
das fibras do papel
Palavras
pulsam no nascer.
Além
da nebulosa floresta
Contos
cobram as contas.
Retalhos
de cantos - e tons -
Borbulham
pela espuma-mar:
pop!
pop!
Nessa
lisavista os pontos
Dançam
nervosos seus
celulados
minuetos. Tudo espera.
O que
dizem eles?
Ouve-me
ao fim! Verte-me afora.
Palavras
pulsam no nascer. E
Só é
impossível
Não
escrever.
III. (L.S.)
From newish gums
From the small void, like a bit of
Nightsky
Caught up in the fibres of this sheet:
Words throb as they are born.
Hovering above the huddled trees
Paragraphs, floating like spaceships
Shoot syllables
Through the green foamscape:
Zap! Zap!
On this glassy surface, dots dance
Nervously their little
Microscopic polkas. And
Everything
Pauses.
What does Everything say?
Listen to me! To the end! Vomit me out.
Words throb as they are born. And
The only impossible thing
Is to keep oneself from writing.
IV. (f.f.)
De
entre os dentes de leite que brotam
Desde
as novíssimas gengivas
Desde
o pequeno vácuo, qual um bocado de
Nouticéu
Capturado
nas fibras desta folha:
Verbos
vibram ao nascer.
Adejando
além das confusas árvores
Parágrafos,
flutuam como espaçonaves,
Lançam
sílabas
Através
do verde espumescape:
Zap!
Zap!
Nesta
superfície vítrea, pontos pulsam
Nervosamente
as suas
Microscópicas
polcas. E
Cadacoisa
Pausa.
O que
é que Cadacoisa diz?
Ouve-me!
Até o fim! Vomita-me afora.
Verbos
vibram ao nascer. E
A
única coisa impossível
É
manter-se aquém do escrever.
V.
ResponderExcluirTal qual dentes-de-leite
Rompendo a tenra barreira
Palavras, pulsando,
Exigem o seu nascer.
Passo a ponta da língua
Pela dor-prazer.
Me é impossível--
impossível--
Não escrever.