17.3.12

Sempre Sendo

collaborative art of cara thayer & louie van patten  


Eu não sou nada.
Exceto o estar sendo,
que só por intento
de mero nada ser,
nem mais é nem o nada,
já que ser não ser
já é ser ser sem nunca.

Não que seja não,
nem que não seja ser,
mas o ser sendo sendo ser,
alguma essência sem ser,
só o que é por alguma coisa,
é pois não ser nada sendo.

Sendo isto aquilo outro,
sem ser nunca algum,
algo tem de haver ser,
certamente como a mente
de certo modo pode conceber,
mas o ser que sabe a mente
— sabiamente ou burramente,
disso eu nada nunca sei —
é sempre ser outro foi,
porque o que é já não é mais,
qual que não se sabia sendo.

Resumindo o rumo:
ruminar as minas do ser
não leva a tesouros, mas sim
a explosões do que fora.

Ser só se basta quando é.
Se foi é ido, não é mais ser.

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