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kate mccgwire |
Se o poema
mudou
É porque eu
mesmo mudei
É porque
todos nós mudamos
É porque o
universo mudou
Homens são menos e menos determinados por suas nações, suas classes,
suas línguas-mães, e mais e mais pela função que executam na sociedade e no
universo, por presenças, texturas, fatos, informação, impulsos, energias. Eles
têm penetrado o espaço e já têm adaptado seus movimentos, logo suas idéias, seus
nós-i
de vida para essa nova liberdade. Poesia transmuta-se de arte a ação, de
recitação a constelação, de frase a estrutura, de música ao centro de energia. Por
anos, grupos ou autores isolados, que na maior parte do tempo ignoraram-se uns
aos outros e ainda tiveram consciência da humanidade que chama à vida cósmica e
funcional, isto é, à metamorfose que nos conduz além do medo existencial, têm
feito pesquisas em direção à poesia a qual pode ser dado o nome genérico de
Espacial (que inclui conceitos de tempo, estrutura, energia):
poesia concreta: trabalhando com linguagem material criando estruturas
com ela, transmitindo primariamente informação estética;
poesia fonética: baseada em fonemas, corpos sonoros de linguagem, e
geralmente falados sobre todos os sons emitidos pelos órgãos vocais humanos,
trabalhados em gravações e tendendo à criação de som espacial;
poesia objetiva: arranjo pictórico, gráfico, escultural e musical
devido à colaboração de pintores, escultores, músicos e tipógrafos;
poesia visual: a palavra ou seus elementos tomados como objetos e
centros de energia visual;
poesia fônica: o poema composto diretamente em gravação, palavras e
sentenças sendo tomadas como objetos e centros de energia auditiva;
cibernética, serial, permutacional, verbofônica, poesia