9.11.11

Limpo Limbo

M.C. Escher


quanto em quadro branco tem
tudo e todo canto aqui
visto vago e livre além
da tela em queda? perdi

o muro qu’ é manto imundo
mura o mundo pela crista
e a mesma lupa que dista
a mente! o é em plena culpa

astrolábios salivantes
se alimentam da distância
pois não são senão o antes
que tanto enche essa pança


sabem bem beijar o zênite
afundado na nadir
que nada do branco prenhe
que só falta se esvair

pois vai amarelo sujo!
enreda nos raios todas
tantas cores que esconjuro
: a matéria em quadra rota

de lá de dentro até eu
tal qual deus teço a mortalha
que da vida é mesmo calha
de teto torto e sem viga

fica ao muro o quadro limpo
branco feito onde sumo
sem tela que tampe o cúmulo
de tudo em bendito limbo


M.C. Escher

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