1.3.11

sonhata nº 1

quando em mim sem dó acordo
(tão desperto quanto o sol
si de longe põe-se enfim)
assim abordo em bordo
as transbordas do fim

fim mundo faz a coisa a marejar
o que fito já me ascende crescendo
o sopro prendo e metalizo o ar

bem sustenido um eu que sói bemol
por belicoso surto mola os dentes
em fúria baquiaberta de arrebol
larga o lago e remama a rima rente

o mar em ramos sementiza serpente
evaporando o som das cordas
da minha garganta ao meu ouvido rente

ao lado loa
um dado a dança
que ao céu revoa
bem cheio à pança
que o jogo enlaça
domado em ancas
me põe às chagas
quem não me acha
mas como queria
por histeria
perder-me si
e tocar-te a sós
bem lá bemol
si sustenido
ao dares ré
meu comprimido
tu não tens dó
dá-me teu sopro
meu ser é roto
pois desafino
fio a fio

fustigo acordes
mesmo mimindo
e ronronando
em fuga findo
às trastes tortas
o ronco arroto
rompo sem porta
pois prostra o proto
pronto à desforra
forra o fogo
goma d’ história
que cola o bojo
sem posto ou glória

abaixa baixia o chio de esgrima
grilos trilam em trilhos de sina
barítonos pendentes de tronos
desdentres para mascar o tolo

tola férreavia que eu vi
topar ao toque em tons
dos pés andantes em si
transpondo pronto o cão
serenando a noite
no ser do açoite
dos dedilhados deboches
das dissonantes quatro cordas
no sono inimigas acordadas
qu’ eu ressôo ni acorde!

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